domingo, 8 de agosto de 2010

Blog Sobre trilhos

Toda vez que eu entro no trem ou no metrô, é inevitável: minha atenção se volta para alguém, uma conversa, uma situação... A primeira coisa que me ocorre nestes momentos é a riqueza de personagens e histórias que surgem quando estamos dispostos a reconhecê-los. Depois, sempre imagino que é um tremendo disperdício para uma jornalista deixar que estas histórias e personagens se percam no vácuo do cotidiano, quando poderiam ser imortalizados por palavras. Ainda que ninguém as leia...

Certa vez li uma entrevista com o cineasta espanhol Pedro Almodovár, onde ele explicava que muitos de seus personagens tiveram origem nas pessoas que ele observava e nas conversas que ele ouvia quando estava no ônibus. Em seguida, ele reclamou que, depois que se tornou famoso, não tinha mais tantas oportunidades de andar de ônibus e temia que isso prejudicasse sua criatividade.

 Nenhuma das histórias que serão contadas aqui neste blog é ficcional. Obviamente que elas serão escritas sob o meu ponto de vista e, ao contrário dos escritores de ficção que são capazes de adentrar nos pensamentos e memórias de seus personagens, não serei capaz de fazer nada disso. Ainda assim, contarei com as lições aprendidas no exercício do jornalismo para preencher algumas lacunas.

A realidade, afinal de contas, pode ser tão emocionante, divertida e interessante quanto qualquer ficção. Basta prestar atenção.

Um comentário:

  1. Amaaanda do Céu!!!
    Sempre achei isso tudo aí. Quando pegava trem todo dia, cheguei a escrever as crônicas baseadas nas histórias ouvidas "de orelhada" em uma cadernetinha que andava na bolsa. Lá nos anos 2000, não tive esta genial ideia de fazer um blog!
    Depois mudei para metrô e ônibus, mas as histórias do trem são muiiito melhores.

    Parabéns!!
    beijo

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